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Acampamento Terra Livre, em defesa dos povos indígenas, cobra promessas de Lula

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Indígenas de todas as regiões do país estão em Brasília para o aniversário de vinte anos do Acampamento Terra Livre, onde entoam juntos a pauta de reivindicação dos povos originários. A atuação do governo nessa seara, no entanto, está aquém do esperado para a data simbólica.

Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

Embora o atual governo seja mais comprometido com a causa indígena e o meio ambiente do que a gestão anterior, passados quase 16 meses da terceira posse de Lula na presidência, a percepção é de que as promessas são mais numerosas do que os resultados. Tanto que a tônica dos discursos de autoridades é a de que há muito a ser feito.

“Esse enfrentamento continua na necessidade da desintrusão completa das terras indígenas, seja na terra Munduruku, seja na Caiapó, seja na do povo Yanomami, todos que têm garimpo ou madeira ilegal. A gente já conseguiu fazer a desintrusão da terra indígena Apyterewa. É apenas o começo. Temos a clareza de que ainda é insuficiente e que temos que trabalhar muito para fazer jus à luta dos povos indígenas do Brasil”, discursou a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

“Ainda bem que o censo diz que a população indígena não são apenas 700 mil. É uma população que passa de um milhão de indígenas no nosso país. Mas precisamos ter na nossa consciência que já foram mais de cinco milhões. E que foram eliminados um milhão de indígenas a cada século da nossa história. Esse é o momento da reparação”, defendeu Marina Silva.

Doenças, garimpo ilegal, extração predatória de madeira, fome, intoxicação de crianças e adultos por mercúrio. São vários os pedidos de socorro nas reservas indígenas. E muitas comunidades acrescentam a essa lista a prioridade da homologação de áreas cujo processo de demarcação não foi concluído.

Às vésperas do encontro na capital federal era aguardada a confirmação de mais seis territórios, porém apenas duas novas reservas foram anunciadas.

Cobranças

“Quando um processo de demarcação de terras indígenas é encaminhado ao presidente da República paa a edição de um decreto de homologação, isso significa que essa terra indígena já foi objeto de uma decisão política sobre os seus limites e na qual já foram realizados os trabalhos de demarcação física, inclusive com o gasto de dinheiro público. Portanto, não faz sentido protelar a homologação”, afirmou à RFI Marcio Santilli, do Instituto Sócio Ambiental.

“Se essas terras indígenas não serão homologadas, o que fará a Presidência da República? Vai desdemarcar a terra, devolver o processo para a Funai? Isso não faz sentido. Por isso a decisão de homologar apenas duas terras e deixar outras quatro sem homologação foi, sim, frustrante para o movimento indígena”, lamentou Santilli, diante da justificativa do governo de que os demais processos não avançaram porque os espaços ainda estão ocupados por não indígenas.

No total, desde 2023, quando assumiu o novo governo, foram 10 demarcações concluídas. A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que o país vive um grande desafio, inclusive pela atual composição do Congresso Nacional, conservador e resistente à pauta das minorias.

“Nós precisamos de mais vozes. Nós estamos aqui enfrentando os maiores desafios da história, nós estamos aqui com a legitimidade para fazer essa luta, mas ainda não é suficiente. Precisamos avançar com mais presença indígena”, disse a ministra Sônia Guajajara.

No Brasil existem indígenas isolados, outros que vivem nas aldeias, mas não tão isolados. Existem os que residem em áreas rurais, com maior proximidade dos centros urbanos. E também os que moram na cidade.

De todo o Brasil

No Acampamento Terra Livre, com várias tendas de lona montadas na região central de Brasília, percebe-se uma variedade de povos e ao mesmo uma unicidade de objetivos e lutas. O jovem Terri Itaoca, do litoral sul de São Paulo, fala com dificuldade o português, mas deixa claro o receio de perder a terra onde nasceu.

“Desejo de paz, né, para as crianças ficarem felizes na aldeia, brincarem sem medo. Acho que está meio devagar, parece meio difícil para o movimento porque ainda não está demarcada nossa terra. Então a gente vem aqui para lutar, para ter um futuro melhor. Para não tirarem a terra de nós”, afirmou o jovem Terri.

Kaila Barbosa, tupiniquim de Caieiras Velhas, no Espírito Santo, também tem 16 anos. Para ela o encontro aproxima os povos e reforça uma cultura que ela quer manter viva.

Na minha comunidade a gente faz noite cultural a cada 15 dias, quando a gente conversa com os nossos anciãos, monta uma fogueira, faz dança, faz roda de tambor, que é a nossa tradição", disse Kaila.

"A gente conta histórias, ouve as histórias contadas pelos mais velhos. Não quero perder isso jamais. Eu pretendo morar na minha comunidade mesmo, na área rural, lá é um lugar bem tranquilo, eu gosto muito da paz, sabe? Eu não me identifico com cidades movimentadas assim”, falou a jovem, apontando para uma das principais avenidas da capital.

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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

Embora o atual governo seja mais comprometido com a causa indígena e o meio ambiente do que a gestão anterior, passados quase 16 meses da terceira posse de Lula na presidência, a percepção é de que as promessas são mais numerosas do que os resultados. Tanto que a tônica dos discursos de autoridades é a de que há muito a ser feito.

“Esse enfrentamento continua na necessidade da desintrusão completa das terras indígenas, seja na terra Munduruku, seja na Caiapó, seja na do povo Yanomami, todos que têm garimpo ou madeira ilegal. A gente já conseguiu fazer a desintrusão da terra indígena Apyterewa. É apenas o começo. Temos a clareza de que ainda é insuficiente e que temos que trabalhar muito para fazer jus à luta dos povos indígenas do Brasil”, discursou a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

“Ainda bem que o censo diz que a população indígena não são apenas 700 mil. É uma população que passa de um milhão de indígenas no nosso país. Mas precisamos ter na nossa consciência que já foram mais de cinco milhões. E que foram eliminados um milhão de indígenas a cada século da nossa história. Esse é o momento da reparação”, defendeu Marina Silva.

Doenças, garimpo ilegal, extração predatória de madeira, fome, intoxicação de crianças e adultos por mercúrio. São vários os pedidos de socorro nas reservas indígenas. E muitas comunidades acrescentam a essa lista a prioridade da homologação de áreas cujo processo de demarcação não foi concluído.

Às vésperas do encontro na capital federal era aguardada a confirmação de mais seis territórios, porém apenas duas novas reservas foram anunciadas.

Cobranças

“Quando um processo de demarcação de terras indígenas é encaminhado ao presidente da República paa a edição de um decreto de homologação, isso significa que essa terra indígena já foi objeto de uma decisão política sobre os seus limites e na qual já foram realizados os trabalhos de demarcação física, inclusive com o gasto de dinheiro público. Portanto, não faz sentido protelar a homologação”, afirmou à RFI Marcio Santilli, do Instituto Sócio Ambiental.

“Se essas terras indígenas não serão homologadas, o que fará a Presidência da República? Vai desdemarcar a terra, devolver o processo para a Funai? Isso não faz sentido. Por isso a decisão de homologar apenas duas terras e deixar outras quatro sem homologação foi, sim, frustrante para o movimento indígena”, lamentou Santilli, diante da justificativa do governo de que os demais processos não avançaram porque os espaços ainda estão ocupados por não indígenas.

No total, desde 2023, quando assumiu o novo governo, foram 10 demarcações concluídas. A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que o país vive um grande desafio, inclusive pela atual composição do Congresso Nacional, conservador e resistente à pauta das minorias.

“Nós precisamos de mais vozes. Nós estamos aqui enfrentando os maiores desafios da história, nós estamos aqui com a legitimidade para fazer essa luta, mas ainda não é suficiente. Precisamos avançar com mais presença indígena”, disse a ministra Sônia Guajajara.

No Brasil existem indígenas isolados, outros que vivem nas aldeias, mas não tão isolados. Existem os que residem em áreas rurais, com maior proximidade dos centros urbanos. E também os que moram na cidade.

De todo o Brasil

No Acampamento Terra Livre, com várias tendas de lona montadas na região central de Brasília, percebe-se uma variedade de povos e ao mesmo uma unicidade de objetivos e lutas. O jovem Terri Itaoca, do litoral sul de São Paulo, fala com dificuldade o português, mas deixa claro o receio de perder a terra onde nasceu.

“Desejo de paz, né, para as crianças ficarem felizes na aldeia, brincarem sem medo. Acho que está meio devagar, parece meio difícil para o movimento porque ainda não está demarcada nossa terra. Então a gente vem aqui para lutar, para ter um futuro melhor. Para não tirarem a terra de nós”, afirmou o jovem Terri.

Kaila Barbosa, tupiniquim de Caieiras Velhas, no Espírito Santo, também tem 16 anos. Para ela o encontro aproxima os povos e reforça uma cultura que ela quer manter viva.

Na minha comunidade a gente faz noite cultural a cada 15 dias, quando a gente conversa com os nossos anciãos, monta uma fogueira, faz dança, faz roda de tambor, que é a nossa tradição", disse Kaila.

"A gente conta histórias, ouve as histórias contadas pelos mais velhos. Não quero perder isso jamais. Eu pretendo morar na minha comunidade mesmo, na área rural, lá é um lugar bem tranquilo, eu gosto muito da paz, sabe? Eu não me identifico com cidades movimentadas assim”, falou a jovem, apontando para uma das principais avenidas da capital.

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