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Com controle do Congresso e Suprema Corte, Trump não terá dificuldades para impor reformas conservadoras
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Eleito para ser o 47° presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já começou a formar sua equipe de governo que assumirá o poder em 2025. Em entrevista à RFI, Lucas de Souza Martins, professor de História dos Estados Unidos da Temple University, na Filadélfia, analisa os primeiros passos da futura administração.
Daniella Franco, enviada especial da RFI a Boston
"Definitivamente não veremos uma mudança substancial do presidente Donald Trump. Esse tipo de postura que ele traz em 2024, depois de ser eleito, tem a ver com uma posição favorável que ele vive neste momento", afirma o professor da Temple University.
O bilionário foi eleito com 50,8% dos votos populares contra 47,5% para sua rival, a democrata Kamala Harris, um número superior ao apontado pelas pesquisas. No total, Trump conquistou 295 delegados do total de 538 do Colégio Eleitoral americano. Além disso, o Partido Republicano retomou o controle do Senado e manteve também o domínio da Câmara de Representantes.
"É muito fácil falar em união quando você tem uma maioria que lhe favorece no Congresso e sobretudo na Suprema Corte americana", observa Martins. O cenário favorece a imposição da agenda do republicano, que promete colocar em prática políticas de extrema direita.
O professor destaca que Trump ainda terá a possibilidade de indicar dois novos juízes, "com certeza conservadores", endurecendo ainda mais este posicionamento no mais alto tribunal dos Estados Unidos.
Revogação de Roe vs. Wade será mantida
Além da imigração, outra questão que dominou a campanha eleitoral foram os direitos reprodutivos. Harris havia prometido que se fosse eleita trabalharia para que o direito ao aborto se tornasse lei.
Em 2022, a Suprema Corte americana revogou o decreto Roe vs Wade, de 1973, que permitia que mulheres interrompessem gestações indesejadas nos Estados Unidos. A decisão só foi possível graças a três juízes conservadores nomeados para o mais alto tribunal do país na época do primeiro governo Trump.
Com o republicano voltando ao poder, a proibição será mantida e a decisão continuará nas mãos dos governos regionais. "Imagina-se que estados democratas, ligados a políticas mais progressistas, tomarão decisões muito mais abertas neste sentido, e que estados republicanos, principalmente os administrados por conservadores, seguirão essa política de Donald Trump", prevê Martins.
Junto com as eleições americanas do ultimo 5 de novembro, eleitores de dez estados americanos também foram consultados sobre a manutenção da proibição ao aborto. Apenas três optaram por manter a restrição: Florida, Nebraska e Carolina do Sul.
Mas além dos direitos reprodutivos, o professor da Temple University também acredita que avanços de políticas públicas em benefício da comunidade LGBTQIA+ americana sejam pausadas durante a nova administração Trump.
No entanto, Martins pondera: "mas é importante destacar que esse cenário de maioria republicana no Congresso é algo que se verificará nos próximos dois anos, lembrando que sempre há eleições de meio mandato e pode ser que isso se altere em 2026".
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Eleito para ser o 47° presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já começou a formar sua equipe de governo que assumirá o poder em 2025. Em entrevista à RFI, Lucas de Souza Martins, professor de História dos Estados Unidos da Temple University, na Filadélfia, analisa os primeiros passos da futura administração.
Daniella Franco, enviada especial da RFI a Boston
"Definitivamente não veremos uma mudança substancial do presidente Donald Trump. Esse tipo de postura que ele traz em 2024, depois de ser eleito, tem a ver com uma posição favorável que ele vive neste momento", afirma o professor da Temple University.
O bilionário foi eleito com 50,8% dos votos populares contra 47,5% para sua rival, a democrata Kamala Harris, um número superior ao apontado pelas pesquisas. No total, Trump conquistou 295 delegados do total de 538 do Colégio Eleitoral americano. Além disso, o Partido Republicano retomou o controle do Senado e manteve também o domínio da Câmara de Representantes.
"É muito fácil falar em união quando você tem uma maioria que lhe favorece no Congresso e sobretudo na Suprema Corte americana", observa Martins. O cenário favorece a imposição da agenda do republicano, que promete colocar em prática políticas de extrema direita.
O professor destaca que Trump ainda terá a possibilidade de indicar dois novos juízes, "com certeza conservadores", endurecendo ainda mais este posicionamento no mais alto tribunal dos Estados Unidos.
Revogação de Roe vs. Wade será mantida
Além da imigração, outra questão que dominou a campanha eleitoral foram os direitos reprodutivos. Harris havia prometido que se fosse eleita trabalharia para que o direito ao aborto se tornasse lei.
Em 2022, a Suprema Corte americana revogou o decreto Roe vs Wade, de 1973, que permitia que mulheres interrompessem gestações indesejadas nos Estados Unidos. A decisão só foi possível graças a três juízes conservadores nomeados para o mais alto tribunal do país na época do primeiro governo Trump.
Com o republicano voltando ao poder, a proibição será mantida e a decisão continuará nas mãos dos governos regionais. "Imagina-se que estados democratas, ligados a políticas mais progressistas, tomarão decisões muito mais abertas neste sentido, e que estados republicanos, principalmente os administrados por conservadores, seguirão essa política de Donald Trump", prevê Martins.
Junto com as eleições americanas do ultimo 5 de novembro, eleitores de dez estados americanos também foram consultados sobre a manutenção da proibição ao aborto. Apenas três optaram por manter a restrição: Florida, Nebraska e Carolina do Sul.
Mas além dos direitos reprodutivos, o professor da Temple University também acredita que avanços de políticas públicas em benefício da comunidade LGBTQIA+ americana sejam pausadas durante a nova administração Trump.
No entanto, Martins pondera: "mas é importante destacar que esse cenário de maioria republicana no Congresso é algo que se verificará nos próximos dois anos, lembrando que sempre há eleições de meio mandato e pode ser que isso se altere em 2026".
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