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Olhar de fotógrafas japonesas é destaque no festival Encontros de Arles, no sul da França

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Os Encontros de Arles, que acontecem no sul da França, voltam a reunir o mundo profissional e amador da fotografia do mundo todo. A programação é eclética e extensa, com uma forte presença feminina, principalmente de japonesas. O Brasil também compareceu em várias vertentes do evento durante a semana profissional, de 1 a 7 de julho. As exposições em Arles podem ser vistas até 29 de setembro.

Patrícia Moribe, enviada especial a Arles

Cristina de Middel, diretora da mítica agência Magnum, ocupa a Igreja dos Irmãos Pregadores com “Viagem ao Centro”, uma espetacular – em vários sentidos – releitura do complexo movimento migratório saindo do México em direção aos Estados Unidos.

Inspirado inicialmente na “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, a artista mistura ficção, encontros com personagens extraordinários e homenagens visuais a artistas como a fotógrafa mexicana Gabriela Iturbide, permeado de experiências trágicas de vítimas anônimas ou não.

O Japão também é presença marcante, a começar pelo prêmio Woman in Motion, que neste ano homenageia a veterana Ishiuchi Miyako. Através de imagens quase etéreas, fantasmagóricas e poéticas de objetos pessoas, um apanhado de sua obra traz uma imersão na intimidade de pessoas como a própria mãe, Frida Kahlo, e de vítimas da tragédia de Hiroshima.

Outra mostra que destaca o olhar de fotógrafas japonesas é “Que alegria de vê-las de novo”, com mais de vinte artistas de várias gerações. Em outra exposição, “Réplicas”, fotógrafas e fotógrafos japoneses revisitam a catástrofe de Fukushima, em 2011. Um relato visual emocionante é o de Mayumi Suzuki, que perdeu os pais no desastre. Ela encontrou objetos nos destroços, como a câmera do pai, que também era fotógrafo.

Arles também revisita a obra seminal e humanista da americana Mary Ellen Keller. Já a francesa Sophie Calle usa uma cripta do centro histórico para expor obras condenadas, ou seja, imagens expostas recentemente no museu Picasso em Paris, mas que foram atingidas no depósito da instituição pelas águas de violentas tempestades. Condenadas à destruição por estarem contaminadas por fungos, a cripta serve como último receptáculo dos trabalhos de Calle.

Conexão Brasil

O Brasil compareceu em várias seções da semana profissional dos Encontros de Arles. A fotografia brasileira contemporânea na França é cada vez mais presente, principalmente devido à atuação da associação Iandé, fundada por Glaucia Nogueira e Isabelle Brosolette Branco.

A Iandé, que em tupi-guarani quer dizer nós, pronome pessoal inclusive, surgiu como plataforma para dar visibilidade à fotografia brasileira na França. Em 2024, a Iandé fez parte do circuito OFF de Arles, com um espaço próprio, um local de exposição de livros brasileiros e de intercâmbio.

O leque de atuação da Iandé também vem se expandindo. “Agora queremos fazer a ponte entre os profissionais franceses e brasileiros, dos dois lados”, explica Glaucia Nogueira. Foi o que se viu na sexta-feira (5), durante um café da manhã promovido pela associação, reunindo representantes de festivais brasileiros, de instituições francesas e artistas dos dois países, para um contato informal de trocas de muitas ideias.

“Eu gosto muito dessa ideia de que a França não está restrita apenas à metrópole, mas é capaz de se abrir para territórios ultramarinos, com um forte vínculo com o Brasil”, explicou Erika Negrel, diretora do Réseau Diagonal (Rede Diagonal), que reúne 30 centros fotográficos em toda a França. “Em nossa rede, temos também uma instituição implantada na Guiana Francesa, chamado La Tête dans les images (Cabeça nas Imagens), lembrando que a fronteira mais longa e extensa que compartilhamos com um país, é com o Brasil. São 700 quilômetros de fronteira que nos separam do Brasil”, diz a responsável francesa. “Como rede, temos o desejo de sermos abertos, de nos enriquecermos também com experiências, projetos e de compartilhar ideias com colegas, especialmente no Brasil.”

Livros e encontros

Na feira de livros dos Encontros, Rafael Roncato apresentou “Tropical Trauma Misery Tour”, vencedor em 2023 do Dummy Award, um concurso internacional de projetos de livros de fotografia, antes conhecido como Kassel Dummy Award e que atualmente é outorgado pelo PhotoBookMuseum, de Colônia (Alemanha) e MAS Matbaa, de Istambul (Turquia). O livro de Roncato, uma revisão do fenômeno Bolsonaro, foi sua defesa na tese de mestrado da Academia Real de Haia, na Holanda, onde ele hoje é professor de fotografia.

A primeira semana do festival de Arles também traz uma maratona de encontros reunindo especialistas e fotógrafos do mundo todo para encontros de 20 minutos cronometrados para intercâmbio de ideias. Entre os especialistas, estava João Kulcsár, diretor dos festivais de São Paulo e de Paranapiacaba (SP). Na seção OFF de Arles, muitas leituras de portfólio são organizadas pelas estruturas participantes, entre galerias e revistas.

Ainda no circuito OFF, o fotógrafo Ricardo Tokugawa foi finalista do prêmio revelação Saif x La Kabine, com a série "Travessia".

Em outro evento paralelo, o artista Shinji Nagabe, baseado em Madri, participou da mostra "Embajada", com peças da série Dioramas.

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Patrícia Moribe, enviada especial a Arles

Cristina de Middel, diretora da mítica agência Magnum, ocupa a Igreja dos Irmãos Pregadores com “Viagem ao Centro”, uma espetacular – em vários sentidos – releitura do complexo movimento migratório saindo do México em direção aos Estados Unidos.

Inspirado inicialmente na “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, a artista mistura ficção, encontros com personagens extraordinários e homenagens visuais a artistas como a fotógrafa mexicana Gabriela Iturbide, permeado de experiências trágicas de vítimas anônimas ou não.

O Japão também é presença marcante, a começar pelo prêmio Woman in Motion, que neste ano homenageia a veterana Ishiuchi Miyako. Através de imagens quase etéreas, fantasmagóricas e poéticas de objetos pessoas, um apanhado de sua obra traz uma imersão na intimidade de pessoas como a própria mãe, Frida Kahlo, e de vítimas da tragédia de Hiroshima.

Outra mostra que destaca o olhar de fotógrafas japonesas é “Que alegria de vê-las de novo”, com mais de vinte artistas de várias gerações. Em outra exposição, “Réplicas”, fotógrafas e fotógrafos japoneses revisitam a catástrofe de Fukushima, em 2011. Um relato visual emocionante é o de Mayumi Suzuki, que perdeu os pais no desastre. Ela encontrou objetos nos destroços, como a câmera do pai, que também era fotógrafo.

Arles também revisita a obra seminal e humanista da americana Mary Ellen Keller. Já a francesa Sophie Calle usa uma cripta do centro histórico para expor obras condenadas, ou seja, imagens expostas recentemente no museu Picasso em Paris, mas que foram atingidas no depósito da instituição pelas águas de violentas tempestades. Condenadas à destruição por estarem contaminadas por fungos, a cripta serve como último receptáculo dos trabalhos de Calle.

Conexão Brasil

O Brasil compareceu em várias seções da semana profissional dos Encontros de Arles. A fotografia brasileira contemporânea na França é cada vez mais presente, principalmente devido à atuação da associação Iandé, fundada por Glaucia Nogueira e Isabelle Brosolette Branco.

A Iandé, que em tupi-guarani quer dizer nós, pronome pessoal inclusive, surgiu como plataforma para dar visibilidade à fotografia brasileira na França. Em 2024, a Iandé fez parte do circuito OFF de Arles, com um espaço próprio, um local de exposição de livros brasileiros e de intercâmbio.

O leque de atuação da Iandé também vem se expandindo. “Agora queremos fazer a ponte entre os profissionais franceses e brasileiros, dos dois lados”, explica Glaucia Nogueira. Foi o que se viu na sexta-feira (5), durante um café da manhã promovido pela associação, reunindo representantes de festivais brasileiros, de instituições francesas e artistas dos dois países, para um contato informal de trocas de muitas ideias.

“Eu gosto muito dessa ideia de que a França não está restrita apenas à metrópole, mas é capaz de se abrir para territórios ultramarinos, com um forte vínculo com o Brasil”, explicou Erika Negrel, diretora do Réseau Diagonal (Rede Diagonal), que reúne 30 centros fotográficos em toda a França. “Em nossa rede, temos também uma instituição implantada na Guiana Francesa, chamado La Tête dans les images (Cabeça nas Imagens), lembrando que a fronteira mais longa e extensa que compartilhamos com um país, é com o Brasil. São 700 quilômetros de fronteira que nos separam do Brasil”, diz a responsável francesa. “Como rede, temos o desejo de sermos abertos, de nos enriquecermos também com experiências, projetos e de compartilhar ideias com colegas, especialmente no Brasil.”

Livros e encontros

Na feira de livros dos Encontros, Rafael Roncato apresentou “Tropical Trauma Misery Tour”, vencedor em 2023 do Dummy Award, um concurso internacional de projetos de livros de fotografia, antes conhecido como Kassel Dummy Award e que atualmente é outorgado pelo PhotoBookMuseum, de Colônia (Alemanha) e MAS Matbaa, de Istambul (Turquia). O livro de Roncato, uma revisão do fenômeno Bolsonaro, foi sua defesa na tese de mestrado da Academia Real de Haia, na Holanda, onde ele hoje é professor de fotografia.

A primeira semana do festival de Arles também traz uma maratona de encontros reunindo especialistas e fotógrafos do mundo todo para encontros de 20 minutos cronometrados para intercâmbio de ideias. Entre os especialistas, estava João Kulcsár, diretor dos festivais de São Paulo e de Paranapiacaba (SP). Na seção OFF de Arles, muitas leituras de portfólio são organizadas pelas estruturas participantes, entre galerias e revistas.

Ainda no circuito OFF, o fotógrafo Ricardo Tokugawa foi finalista do prêmio revelação Saif x La Kabine, com a série "Travessia".

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