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Uruguai caminha para pleito presidencial sem polarização e contrasta com Brasil e Argentina
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O Uruguai vai decidir no próximo domingo (27) se vai continuar por mais cinco anos com o atual modelo político à direita ou se retorna à esquerda com maior papel do Estado na economia, mas nenhuma das alternativas representa uma mudança radical para o país. Enquanto os países vizinhos têm observado uma polarização política, o Uruguai mantém uma alta dose de equilíbrio que se refletiu em uma campanha marcada pela apatia.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
No próximo domingo, o Uruguai fecha o calendário de eleições gerais na América Latina com 11 candidatos na disputa pela Presidência, além da renovação total do Congresso e dois plebiscitos, sendo um deles importante pelas consequências que pode gerar na economia.
Como no Uruguai não existe a reeleição, o presidente Luis Lacalle Pou, que tem 52% de aprovação, é obrigado a terminar o seu mandato no próximo 1º de março, quando um novo governo assumirá pelos próximos cinco anos, até 2030.
A campanha eleitoral encerrada na quinta-feira (24) indica que a esquerda é a favorita para vencer o primeiro turno, mas não com o volume de votos suficiente para evitar um segundo turno, com resultado ainda indefinido.
“O segundo turno é inexorável. Seriam necessários 4,5 pontos para o primeiro colocado atingir os 50% dos votos válidos. É muito”, garante o analista político e diretor da consultora Factum, Oscar Bottinelli. O analista é referência em processos eleitorais no Uruguai e tinha acabado de publicar os números finais das sondagens quando conversou com a RFI.
Em jogo nestas eleições, está a continuação do atual modelo à direita ou uma volta ao modelo anterior à esquerda, mas, em nenhum dos dois casos, significa uma ruptura com políticas de Estado.
Sem mudanças significativas
Uma pesquisa da consultora Methodo, por exemplo, indica que 72% dos uruguaios não esperam uma mudança significativa.
Os partidos de esquerda apresentam uma proposta de maior proteção social com um Estado fortalecido. Sem perder, no entanto, as regras de mercado, enquanto a direita aponta para uma maior competitividade da economia, com um Estado menos intervencionista, mas sem perder de vista o valor social.
O candidato opositor de esquerda, Yamandú Orsi, da Frente Ampla, propõe “um modelo de crescimento com igualdade”, enquanto o candidato governista, Álvaro Delgado, do Partido Nacional, sugere “um Estado que contribui com políticas públicas para que os empreendedores conduzam os seus projetos”.
“Quem seria o ministro da Economia da Frente Ampla, uma coalizão de centro-esquerda, é um homem que passou a vida vinculado com escritórios jurídicos e econômicos que trabalham com multinacionais. Possui um discurso muito favorável a melhorar as regras de mercado para tornar o Estado mais eficiente. É pouco estatista até mesmo para a média uruguaia”, descreve Bottinelli.
“Do outro lado, o atual governo do presidente Luis Lacalle Pou não fez grandes giros em direção à atividade privada ou ao mercado. Fez alguns, mas tênues e pela via administrativa. As grandes empresas do Estado não desapareceram. A maior parte da banca continua nas mãos do Estado, assim como a maioria dos seguros. O Estado continua com o monopólio da Energia e das Telecomunicações. Não houve um processo de liberalismo neste governo com ênfase no liberalismo econômico”, compara.
Contraste com Brasil e Argentina
Esse cenário que passa mais pelo Centro do que pelos extremos contrasta com a polarização política dos países vizinhos como Brasil e Argentina, por exemplo.
“O uruguaio aposta que as mudanças aconteçam com muita lentidão. Em geral, o uruguaio procura evitar as mudanças”, aponta Bottinelli.
Segundo a pesquisa da Methodo, 57% dos uruguaios preferem evitar surpresas ou mudanças radicais e escolhem estabilidade política e previsibilidade econômica.
“O uruguaio aposta que as mudanças aconteçam com muita lentidão. Em geral, o uruguaio procura evitar as mudanças”, completa Oscar Bottinelli, da Factum.
Números da corrida eleitoral
A campanha eleitoral para ocupar a Torre Ejecutiva, sede do governo em Montevidéu, encerrou à meia-noite de quinta-feira, com as principais consultoras a divulgarem os números mais recentes de intenção de voto.
O candidato da Frente Ampla, o opositor de esquerda Yamandú Orsi, ex-prefeito da região de Canelones e apoiado pelo ex-presidente, José Mujica, é o favorito. Na pesquisa da Factum, Orsi tem 45,5% das intenções de voto. Com isso, a disputa eleitoral só deve ser definida no segundo turno, marcado para o dia 24 de novembro.
Álvaro Delgado, do Partido Nacional, tem 25,1% das intenções de voto. Em terceiro lugar, aparece o candidato Andrés Ojeda, do Partido Colorado, com 15%. Em quarto lugar vem o candidato do partido Cabildo Aberto, o ex-general Guido Manini Ríos, com 4,1%. Pablo Mieres, do Partido Independente, é o quinto na preferência dos uruguaios com apenas 2,5% das intenões de voto.
Os candidatos que aparecem do segundo ao quinto lugar formam a coalizão governista. No Uruguai, essa coligação tem uma particularidade: é apenas para governar; não para disputar as eleições, mas esses candidatos depois se juntarão num segundo turno, tornando a disputa acirrada.
Definição no Congresso e nos plebiscitos
No Congresso, a disputa também está acirrada. Segundo as projeções de Oscar Bottinelli, no Senado, pode haver uma paridade entre a Frente Ampla, de esquerda, e as forças governistas de direita unidas. O Senado está composto por 31 bancas, incluindo o vice-presidente a ser eleito. Na Câmara de Deputados, com 99 lugares, a paridade se repete.
“A projeção é de que a Frente Ampla consolide a metade do Senado. Os governistas podem conseguir a outra metade se não entrar um outsider. O desempate ficaria por conta de quem ganhar a vice-Presidência”, prevê Bottinelli.
“Na Câmara de Deputados, onde a maioria é de 50, os governistas podem ser entre 48 e 50. A Frente Ampla pode obter 48. Podem entrar de dois a quatro partidos fora dos dois blocos. Nesse caso, os dois lados ficam sem maioria”, observa.
Com as eleições gerais, os uruguaios vão votar também em dois plebiscitos, um dos quais com alto impacto na economia e, o outro, na segurança.
O plebiscito sobre segurança pretende alterar uma disposição de 1830 que proíbe batidas policiais noturnas. Tudo indica que as operações de busca e apreensão noturnas passarão a ser permitidas como forma de combate à insegurança.
O outro plebiscito é um dos grandes assuntos destas eleições, pois trata de uma reforma previdenciária inédita. Na contramão do mundo, no Uruguai haveria uma redução da idade. Os trabalhadores passariam a se aposentar com 60 anos de idade, em vez dos atuais 65. Essa redução viria acompanhada da eliminação da previdência privada, passando a existir somente o sistema estatal. As aposentadorias e as pensões mínimas nunca poderiam ser inferiores ao salário mínimo.
A tendência é de que essa reforma não seja aprovada. O governo do presidente Luis Lacalle Pou e o seu candidato são críticos, assim como a maioria dos economistas do país, devido ao impacto fiscal das medidas.
Na oposição, o candidato também ficou contra, assim como o ex-presidente José Mujica. Porém, como os setores mais combativos da Frente Ampla são a favor, o governo usou esse plebiscito como argumento de campanha contra a oposição.
“A Frente Ampla tem uma minoria, muito forte no plano sindical, que impulsionou este plebiscito. Então, o candidato governista fez campanha contra a oposição, indicando que esse plebiscito seria dramático para o Uruguai. Com isso, conseguiu uma polarização nos discursos, tirando do foco um problema ainda maior para a sociedade: a segurança pública”, avalia Bottinelli.
Campanha apática
Foi uma campanha pobre em debates e propostas. Os temas de preocupação dos uruguaios passam em primeiro lugar pela crise de segurança, em segundo lugar pelo desemprego e, em terceiro, pelo combate à corrupção.
O assunto que mais preocupa a população não é nenhuma crise política nem econômica, mas a falta de segurança. O país tem experimentado um aumento significativo da violência, especialmente dos homicídios devido ao crime organizado, em geral, e ao tráfico de drogas em particular.
“Várias zonas do país, sobretudo em Montevidéu, estão realmente dominadas pelo tráfico. Mas nesse ponto da segurança, as fraquezas são dos dois blocos porque os dois são ou já foram governo e não melhoraram essa questão”, analisa Bottinelli.
Todos os analistas políticos concordam que esta foi uma campanha marcada pela apatia. Na quarta-feira (23), por exemplo, os candidatos anteciparam o fechamento de campanha para não coincidir com o jogo entre o Peñarol e o Botafogo pela semifinal da Libertadores.
No dia seguinte, depois do vexame da equipe uruguaia no Maracanã, do vandalismo dos torcedores do Peñarol e do enfrentamento com a Polícia no Rio de Janeiro, esse era o assunto que mais interessava aos eleitores uruguaios.
“Esta foi uma campanha marcada pela apatia dos eleitores. Acreditamos que as pessoas em geral não consideram que esta eleição mude a sua vida nem para o bem, nem para o mal, quer ganhe um, quer ganhe o outro. As pessoas não consideram que a vida da sua família, a dos seus filhos e a própria mude muito. Quem está mal não acredita que vá melhorar. E quem está não pensa que vá piorar. Uma grossa maioria que pode ser de 80% não acredita em mudanças. Isso aparece nas nossas pesquisas”, conclui Oscar Bottinelli, diretor da Factum, em entrevista com a RFI.
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O Uruguai vai decidir no próximo domingo (27) se vai continuar por mais cinco anos com o atual modelo político à direita ou se retorna à esquerda com maior papel do Estado na economia, mas nenhuma das alternativas representa uma mudança radical para o país. Enquanto os países vizinhos têm observado uma polarização política, o Uruguai mantém uma alta dose de equilíbrio que se refletiu em uma campanha marcada pela apatia.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
No próximo domingo, o Uruguai fecha o calendário de eleições gerais na América Latina com 11 candidatos na disputa pela Presidência, além da renovação total do Congresso e dois plebiscitos, sendo um deles importante pelas consequências que pode gerar na economia.
Como no Uruguai não existe a reeleição, o presidente Luis Lacalle Pou, que tem 52% de aprovação, é obrigado a terminar o seu mandato no próximo 1º de março, quando um novo governo assumirá pelos próximos cinco anos, até 2030.
A campanha eleitoral encerrada na quinta-feira (24) indica que a esquerda é a favorita para vencer o primeiro turno, mas não com o volume de votos suficiente para evitar um segundo turno, com resultado ainda indefinido.
“O segundo turno é inexorável. Seriam necessários 4,5 pontos para o primeiro colocado atingir os 50% dos votos válidos. É muito”, garante o analista político e diretor da consultora Factum, Oscar Bottinelli. O analista é referência em processos eleitorais no Uruguai e tinha acabado de publicar os números finais das sondagens quando conversou com a RFI.
Em jogo nestas eleições, está a continuação do atual modelo à direita ou uma volta ao modelo anterior à esquerda, mas, em nenhum dos dois casos, significa uma ruptura com políticas de Estado.
Sem mudanças significativas
Uma pesquisa da consultora Methodo, por exemplo, indica que 72% dos uruguaios não esperam uma mudança significativa.
Os partidos de esquerda apresentam uma proposta de maior proteção social com um Estado fortalecido. Sem perder, no entanto, as regras de mercado, enquanto a direita aponta para uma maior competitividade da economia, com um Estado menos intervencionista, mas sem perder de vista o valor social.
O candidato opositor de esquerda, Yamandú Orsi, da Frente Ampla, propõe “um modelo de crescimento com igualdade”, enquanto o candidato governista, Álvaro Delgado, do Partido Nacional, sugere “um Estado que contribui com políticas públicas para que os empreendedores conduzam os seus projetos”.
“Quem seria o ministro da Economia da Frente Ampla, uma coalizão de centro-esquerda, é um homem que passou a vida vinculado com escritórios jurídicos e econômicos que trabalham com multinacionais. Possui um discurso muito favorável a melhorar as regras de mercado para tornar o Estado mais eficiente. É pouco estatista até mesmo para a média uruguaia”, descreve Bottinelli.
“Do outro lado, o atual governo do presidente Luis Lacalle Pou não fez grandes giros em direção à atividade privada ou ao mercado. Fez alguns, mas tênues e pela via administrativa. As grandes empresas do Estado não desapareceram. A maior parte da banca continua nas mãos do Estado, assim como a maioria dos seguros. O Estado continua com o monopólio da Energia e das Telecomunicações. Não houve um processo de liberalismo neste governo com ênfase no liberalismo econômico”, compara.
Contraste com Brasil e Argentina
Esse cenário que passa mais pelo Centro do que pelos extremos contrasta com a polarização política dos países vizinhos como Brasil e Argentina, por exemplo.
“O uruguaio aposta que as mudanças aconteçam com muita lentidão. Em geral, o uruguaio procura evitar as mudanças”, aponta Bottinelli.
Segundo a pesquisa da Methodo, 57% dos uruguaios preferem evitar surpresas ou mudanças radicais e escolhem estabilidade política e previsibilidade econômica.
“O uruguaio aposta que as mudanças aconteçam com muita lentidão. Em geral, o uruguaio procura evitar as mudanças”, completa Oscar Bottinelli, da Factum.
Números da corrida eleitoral
A campanha eleitoral para ocupar a Torre Ejecutiva, sede do governo em Montevidéu, encerrou à meia-noite de quinta-feira, com as principais consultoras a divulgarem os números mais recentes de intenção de voto.
O candidato da Frente Ampla, o opositor de esquerda Yamandú Orsi, ex-prefeito da região de Canelones e apoiado pelo ex-presidente, José Mujica, é o favorito. Na pesquisa da Factum, Orsi tem 45,5% das intenções de voto. Com isso, a disputa eleitoral só deve ser definida no segundo turno, marcado para o dia 24 de novembro.
Álvaro Delgado, do Partido Nacional, tem 25,1% das intenções de voto. Em terceiro lugar, aparece o candidato Andrés Ojeda, do Partido Colorado, com 15%. Em quarto lugar vem o candidato do partido Cabildo Aberto, o ex-general Guido Manini Ríos, com 4,1%. Pablo Mieres, do Partido Independente, é o quinto na preferência dos uruguaios com apenas 2,5% das intenões de voto.
Os candidatos que aparecem do segundo ao quinto lugar formam a coalizão governista. No Uruguai, essa coligação tem uma particularidade: é apenas para governar; não para disputar as eleições, mas esses candidatos depois se juntarão num segundo turno, tornando a disputa acirrada.
Definição no Congresso e nos plebiscitos
No Congresso, a disputa também está acirrada. Segundo as projeções de Oscar Bottinelli, no Senado, pode haver uma paridade entre a Frente Ampla, de esquerda, e as forças governistas de direita unidas. O Senado está composto por 31 bancas, incluindo o vice-presidente a ser eleito. Na Câmara de Deputados, com 99 lugares, a paridade se repete.
“A projeção é de que a Frente Ampla consolide a metade do Senado. Os governistas podem conseguir a outra metade se não entrar um outsider. O desempate ficaria por conta de quem ganhar a vice-Presidência”, prevê Bottinelli.
“Na Câmara de Deputados, onde a maioria é de 50, os governistas podem ser entre 48 e 50. A Frente Ampla pode obter 48. Podem entrar de dois a quatro partidos fora dos dois blocos. Nesse caso, os dois lados ficam sem maioria”, observa.
Com as eleições gerais, os uruguaios vão votar também em dois plebiscitos, um dos quais com alto impacto na economia e, o outro, na segurança.
O plebiscito sobre segurança pretende alterar uma disposição de 1830 que proíbe batidas policiais noturnas. Tudo indica que as operações de busca e apreensão noturnas passarão a ser permitidas como forma de combate à insegurança.
O outro plebiscito é um dos grandes assuntos destas eleições, pois trata de uma reforma previdenciária inédita. Na contramão do mundo, no Uruguai haveria uma redução da idade. Os trabalhadores passariam a se aposentar com 60 anos de idade, em vez dos atuais 65. Essa redução viria acompanhada da eliminação da previdência privada, passando a existir somente o sistema estatal. As aposentadorias e as pensões mínimas nunca poderiam ser inferiores ao salário mínimo.
A tendência é de que essa reforma não seja aprovada. O governo do presidente Luis Lacalle Pou e o seu candidato são críticos, assim como a maioria dos economistas do país, devido ao impacto fiscal das medidas.
Na oposição, o candidato também ficou contra, assim como o ex-presidente José Mujica. Porém, como os setores mais combativos da Frente Ampla são a favor, o governo usou esse plebiscito como argumento de campanha contra a oposição.
“A Frente Ampla tem uma minoria, muito forte no plano sindical, que impulsionou este plebiscito. Então, o candidato governista fez campanha contra a oposição, indicando que esse plebiscito seria dramático para o Uruguai. Com isso, conseguiu uma polarização nos discursos, tirando do foco um problema ainda maior para a sociedade: a segurança pública”, avalia Bottinelli.
Campanha apática
Foi uma campanha pobre em debates e propostas. Os temas de preocupação dos uruguaios passam em primeiro lugar pela crise de segurança, em segundo lugar pelo desemprego e, em terceiro, pelo combate à corrupção.
O assunto que mais preocupa a população não é nenhuma crise política nem econômica, mas a falta de segurança. O país tem experimentado um aumento significativo da violência, especialmente dos homicídios devido ao crime organizado, em geral, e ao tráfico de drogas em particular.
“Várias zonas do país, sobretudo em Montevidéu, estão realmente dominadas pelo tráfico. Mas nesse ponto da segurança, as fraquezas são dos dois blocos porque os dois são ou já foram governo e não melhoraram essa questão”, analisa Bottinelli.
Todos os analistas políticos concordam que esta foi uma campanha marcada pela apatia. Na quarta-feira (23), por exemplo, os candidatos anteciparam o fechamento de campanha para não coincidir com o jogo entre o Peñarol e o Botafogo pela semifinal da Libertadores.
No dia seguinte, depois do vexame da equipe uruguaia no Maracanã, do vandalismo dos torcedores do Peñarol e do enfrentamento com a Polícia no Rio de Janeiro, esse era o assunto que mais interessava aos eleitores uruguaios.
“Esta foi uma campanha marcada pela apatia dos eleitores. Acreditamos que as pessoas em geral não consideram que esta eleição mude a sua vida nem para o bem, nem para o mal, quer ganhe um, quer ganhe o outro. As pessoas não consideram que a vida da sua família, a dos seus filhos e a própria mude muito. Quem está mal não acredita que vá melhorar. E quem está não pensa que vá piorar. Uma grossa maioria que pode ser de 80% não acredita em mudanças. Isso aparece nas nossas pesquisas”, conclui Oscar Bottinelli, diretor da Factum, em entrevista com a RFI.
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